A discriminalização da maconha para uso pessoal e seus efeitos negativos.

A maconha é a substância proibida por lei mais usada em nosso país. Trata-se de uma erva polêmica que gera discussões, em especial sobre a possível descriminalização e seus malefícios.

Descriminalizar significa retirar do consumo de drogas o caráter criminoso, isentar, inocentar, ou seja, não penalizar o consumo.

Tribunal Federal (STF) deverá retomar o julgamento sobre a descriminalização das drogas. Até o presente momento quatros dos onze ministros votaram a favor da descriminalização do uso e porte da maconha.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta quarta-feira 2 pela descriminalização do porte de maconha para consumo pesoal. Na sequência, o julgamento foi interrompido por Gilmar Mendes e ainda não tem uma data definida para ser retomado.

Até aqui, há quatro votos pela liberação do porte de maconha para consumo pessoal. Moraes defendeu que a Corte defina os limites para diferenciar o usuário do traficante, algo que não consta da Lei Antidrogas. Segundo o voto de Moraes, seria permitido adquirir, guardar, ter em depósito, transportar ou trazer consigo, para consumo pessoal, de 25 a 60 gramas de maconha.

A estimativa da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de que haja 181,8 milhões de usuários de cannabis, em suas preparações mais comuns, como maconha e haxixe, com idade entre 15 e 64 anos no mundo.

No Brasil cerca de 1,5 milhão de adolescentes e adultos usam maconha diariamente. O dado faz parte do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (LENAD), Segundo o estudo, 3,4 milhões de pessoas entre 18 e 59 anos usaram a droga no último ano e 8 milhões já experimentaram maconha alguma vez na vida, o equivalente a 7% da população brasileira. Desses, 62% deles tiveram contato com a droga antes dos 18 anos.

Seu principal ativo mais importante é o delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC). É a concentração do THC que determina a potência dos efeitos. O THC é rapidamente absorvido dos pulmões para a corrente sanguínea, na qual atinge um pico de concentração 10 minutos após ter sido inalado.

O THC afeta primeiramente o funcionamento do sistema vascular e do sistema nervoso central. Muitos estudos demonstram que a intoxicação pelo THC compromete a capacidade de dirigir automóveis e de realizar outras atividades que requeiram maior atenção e coordenação motora até cerca de 10 horas após o uso. [3]

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, votou nesta quarta-feira 2 pela descriminalização do porte de maconha para consumo pesoal. Na sequência, o julgamento foi interrompido por Gilmar Mendes e ainda não tem uma data definida para ser retomado.

O ministro Edson Fachin durante seu voto alertou que “É preciso deixar nítido que o consumo de drogas pode acarretar sérios transtornos e danos.

“físicos e psíquicos”, mas defendeu a descriminalização da maconha.

Já o ministro Luis Roberto Barroso descriminalizou o uso da maconha e propôs o cultivo de até 06 plantas “fêmeas” e o porte de 25 gramas da erva, (substância perturbadora do sistema nervoso central) por pessoa para consumo próprio.

A expectativa em relação a esse julgamento é enorme, seguimos no aguardo do Supremo.

Efeitos negativos da maconha;

Fumar maconha produz mudanças bastante rápidas no humor, percepção de tempo, memória e outros aspectos da função cerebral. Os efeitos mais desejados são uma sensação de euforia, relaxamento e bem-estar geral. [4]

Ansiedade, disforia, pânico e paranoia são os efeitos indesejáveis mais comumente relatados por usuários não familiarizados com seus efeitos. Sintomas psicóticos, como delírios e alucinações, também podem ocorrer com o uso de altas doses.

Síndrome amotivacional;

É uma consequência do uso crônico e pesado da maconha. Este quadro é caracterizado pela diminuição da energia e da vontade, assim como prejuízo social e ocupacional significativos. Na síndrome amotivacional nota-se diminuição da capacidade de atenção e julgamento, além de introversão, com diminuição da comunicação e das habilidades sociais.

Dr. Claudio Jerônimo da Silva psiquiatra explica que a síndrome amotivacional é muito parecida com a depressão e uma diferença relevante é que na síndrome amotivacional o que acontece de mais importante é uma falta de motivação para realizar as coisas, mas a pessoa continua bem. Já na depressão essa falta de desinteresse deixa a pessoa incomodada, ela não se sente bem e tende a buscar ajuda para sair dessa situação.

Principais efeitos causados pelo uso agudo da maconha;

Gerais: relaxamento, euforia, pupilas dilatadas, conjuntivas avermelhadas, boca seca, aumento do apetite, rinite, faringite.

Neurológicos: comprometimento da capacidade mental, alteração da percepção, alteração da coordenação motora, maior risco de acidentes, voz pastosa (mole).

Cardiovasculares: aumento dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial.

Psíquicos: despersonalização, ansiedade/confusão, alucinações, perda da capacidade de insights, aumento do risco de sintomas psicóticos entre aqueles com história pessoal ou familiar anterior.

Principais efeitos causados pelo uso crônico da maconha;

Gerais: fadiga crônica e letargia, náusea crônica, dor de cabeça, irritabilidade.

Neurológicos: diminuição da coordenação motora, alterações de memória e da concentração, alteração da capacidade visual, alteração do pensamento abstrato.

Psíquicos: depressão e ansiedade, mudanças rápidas de humor, irritabilidade, ataques de pânico, tentativas de suicídio, mudanças de personalidade.

Respiratórios: tosse seca, dor de garganta crônica, congestão nasal, piora da asma. Infecções frequentes dos pulmões, bronquite crônica.

Reprodutivos: infertilidade, problemas menstruais, impotência, diminuição da libido e da satisfação sexual.

Sociais: isolamento social, afastamento do lazer e de outras atividades sociais.

Síndrome de abstinência

Definida como um conjunto de sinais e sintomas que surgem na suspensão do consumo de drogas geradoras de dependência física e psíquica.

Sidrome e abistiência

Os sintomas de abstinência favorecem para o desenvolvimento da dependência e dificultam a interrupção do uso. A síndrome de abstinência de maconha tem sido descrita por sintomas que desaparecem com a retomada do consumo.

Os principais sintomas relatados são:
– Desconforto generalizado;
– Fissura;
– Diminuição do apetite;
– Perda de peso;
– Inquietação;
– Problemas para dormir;
– Agressividade;
– Irritabilidade;
– Tremores;
– Angústia;
– Cansaço;
– Sonhos estranhos;
– Sintomas depressivos.

Adriana Moraes – Psicóloga da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) – Especialista em Dependência Química – Colaboradora do site da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas).

Dr. Claudio Jerônimo da Silva – Psiquiatra, Diretor da Unidade Recomeço Helvétia, Diretor da UNIAD (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dois + 15 =